the thief

14.3.07 |




O maior ladrão do mundo (ou seria
ladra?)

- São 12 bilhões!
Ele estava atônito! Nunca tinha roubado tanto em seus 35 anos de profissão
- Quem diria, hein, Emília?! O garotinho que tinha seu lanche roubado todo dia no primário, hoje é o maior ladrão do mundo!! - gargalhava
Emília não fazia cara de contente. Continuava fumando seu cigarro e observando o mar, que ia-e-vinha.
- O que te acontece, hein? – o maior ladrão da história queria que sua eterna amante sentisse a mesma felicidade que ele. Mas não se podia ter tudo.
- Nada – e continuava a olhar o mar... e as ondas que nem tanta força tinham.
Ele pegou um cigarro do maço que estava em cima da mesa, pegou o isqueiro.
- Emília... – olhou nos olhos castanhos dela – São 12 bilhões! Dá pra comprar tudo o que você quiser!
O cigarro dela acabou.
- Você sabe por que eu não estou contente? – ela voltou sua cabeça para a direção do mar
- Não... não tenho idéia... mas por que não me conta?
Barulhos de sirene ao longe. Passou pela sua cara certa apreensão. Acendeu o cigarro que tinha na mão. Sentiu a nicotina entrar em seus brônquios.
- Por que você comete erros simples...
- Como qual? – sorriu... cigarro no canto da boca
Ela tirou um revólver que estava escondido em sua cintura.
Os olhos dele se voltaram pra ela apreensivos. Tirou o cigarro e o segurou com a mão:
- Emília... o que está fazendo? Hein?
- Como confiar em alguém.
Sorriu mais uma vez... e atirou no lado esquerdo do peito do homem. Caiu duro no chão. Ela checou os sinais vitais. Tudo certo: ele não mais sofreria.
Ela não gostava mais dele. Ela gostava agora de diamantes. Pegou as maletas de jóias do maior ladrão do mundo, e saiu pela porta da frente do flat à beira-mar. O táxi a esperava em frente ao hotel.

mr. gil

9.3.07 |

O texto que segue é uma espécie de comédia privada (por falta de expressão melhor), ou seja: se vc não conhece nosso personagem - Mr. Gil - provavelmente não verá graça nenhuma, mas se quiser continue em frente. Pra quem já conhece essa figura... boas risadas... e comentem, hein! Até mais!
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Negócio das arábias


Era uma tarde quente e eu estava num daqueles hotéis baratos ao sul de Teerã, capital do Irã. Alguns árabes tinham me ligado e pedido que eu fosse a um determinado lugar pra realizar certo negócio. O encontro seria às 7 da noite... eram ainda 5 da tarde... resolvi tomar uma ducha pra me refrescar, logo depois assisti um pouco da minha recém-comprada rede de TV (a qual tinha dado como nome DaxTv, porém os homens do Talebã falaram que era um nome muito esquisito e resolveram deixar AlJazeera) mas a programação tava muito fraca. Lembrei então dos tempos em que a Mesopotâmia estava sendo vendida (por mim, obviamente) em lotes... ah sim! Aqueles tempos eram bons...!! Passei cerca de uma hora lembrando de minhas aventuras por aquelas terras. Às 6h30´ sai para o encontro: um café numa das avenidas da cidade. Eles estavam numa das mesas ao fundo, fui de encontro a eles, fiz os devidos cumprimentos e sentei-me:

- Então cavalheiros... o que vão querer? – perguntei aos três homens que sentavam a minha frente

- A gente távamos pensando Gil... pensando se você não podia arrumar pra gente umas – baixou o tom de voz – brasileiras, ah! – o homem de roupa preta sorriu discretamente, levantando a sobrancelha

- Hum... você diz, mulatas...? – Mr. Gil já começou a pensar nas meninas da casa da D. Lourdes (amiga dos tempos de bordel)

- Não. Não, Gil. Those que você fornecia ao Kennedy... – o português deles não era muito forte

- Aquele rapaz que morreu baleado?

- Yes

- Não. Nunca forneci pra ele isso... foi pro anterior dele... não me lembro o nome... mas então... eram mulatas

- Hum... e você consegue as mulatas, então?

- Claro! Você está falando com o Mr. Gil... e acho que consigo umas boas peças a um precinho especial...

Os três homens sorriram da forma mais contida possível. Lançaram na mesa um saco de pano. Eu o conferi... é... os diamantes eram todos verdadeiros... cerca de 500 mil dólares em pouco mais de 30g daquelas pedrinhas brilhantes...

- Pois bem, senhores. Vocês receberão a encomenda em no máximo 15 dias... hein...

Estava saindo do café, quando lembrei de uma oferta imperdível aos meus novos clientes. Voltei para eles:

- Ei, vocês não querem comprar uma rifa? Tá num preço imperdível!

- How much?

- 12 mil o número

- E do que que é?

- Dois aviões lindos... da American AirLines... eles estavam tentando vender...

O homem de roupa branca pensou um pouco. Sorriu. E disse:

- Me vê todos os números aí, please...

Eu raiei de felicidade.

- Então os aviões já são seus, hein. Faz o seguinte. Vai pra NY e pegue os aviões lá no aeroporto. Certo? Assim você não tem que me pagar o frete... – e mostrei o meu discreto dente de ouro no canto da boca

- Muito bem, Mr. Gil. Você é the besta!

- Que isso, Osama. Você é mais do que eu... – aproveitei-me do trocadilho do árabe

E sai do café feliz da vida.

Tese 21: O 11 de setembro só foi trágico, por que o Mr. Gil rifou os aviões pra gente mal intencionada...

next time

3.3.07 |

Breve ensaio de como o Ego conquista cada vez mais a sociedade capitalista.


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Quando o Ego venceu a Sandrinha

O bolo tava ruim, o café nem tanto, mas a conversa tava boa.
- Então, Arnaldo. Você vai?
- Tava pensando, Sandrinha, se não era melhor deixar para uma próxima vez... sabe, tô muito inseguro...
- Deixa disso, homem! Inseguro pelo que? Você consegue num instante! Sabe do que mais... além disso... se não der certo... pelo menos você tentou... não é mesmo?
- Não! Não é! Tentar não vale de nada...
- Não é uma questão entre quem vence ou quem perde... mas entre tentar ou não...
- Muito pessimista isso... é uma questão sim por vencer! Aliás... dona Sandra... o que a gente não faz por vencer?
Sandra pensou. Pensou mais um pouco.

- É... talvez seja melhor deixar para uma próxima...